quinta-feira, 16 de abril de 2009

os novos 84...

"como é seu nome?"
"Lígia."
"Quer uma bala, Lígia?"
ela fez que sim com a cabeça, sisuda e silenciosa.


Há dias que aromas não surgiam corredor afora...o seu Borges apareceu pelo andar... eis o fato: havíamos tido uma baixa... foi-se o 84 que impregnava o corredor de sinestesias...
Não passou muito e lâmpadas alaranjadas davam movimento ao novo 84...digo, novos 84...
a vida moderna permite que famílias inteiras se alojem onde mal cabem dois...

Alguns instantes de portas abertas revelam prateleiras e prateleiras de livros...isso explica o constante barulho de furo na parede... algo tão inquietante quanto o 86, mas mais suportável... um cachorro pequeno... uma filha menina/mocinha... e todo um silêncio...sem aromas...

Sem aromas, pouca cor, muito som... os passos sufocam pelos dias afora...algumas palavras...algumas más palavras...algumas distâncias... e tudo parece estar à deriva...prazos perdidos... conversas bem sucedidas...algumas decepções... o cãozinho 84 atacou sua dona menina/moça dia desses...foi um auê pra lá da minha parede esquerda... entre esquecidos e mordidos salvaram-se todos... segue-se...



binha,
que acha crianças sisudas, algo mais desesperador que adultos amargos
e que fez da bala um paliativo pra uma menininha que saiu sorrindo,
perplexa com esse carinho, sumindo sentido itapevi.



Um comentário:

Diego Guerra disse...

Ah.... novos 84, que sejam melhores que os antigos (o que não eh difícil) e que sempre sorriam por coisas simples como uma bala