sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

LEMBRANÇAS

Fechou as mãos enquanto o sonho morria, enquanto o dia acabava, acertou a parede com um golpe tão dolorido que sentiu arder na alma... até então ignorava a existência de sua alma, agora corrompida e enferrujada, algo torto no meio de tanta poeira...
O coador antes era de pano e agora o pó que se espalha não traz mais o mesmo aroma de antes, se existisse uma função para ele, teria perdido, foi substituído por outros aromas, outros encantos, outros cantos... outros morrem sem função, outros deixam de lado, deitando e dormindo...
Algumas coisas crescem, adquirem confiança. deixam de impressionar em busca de algum espaço... algumas coisas encantam, ficam, marcam e serão sempre lembradas com um toque de presente, mesmo remotamente passadas... e nesse ponto a rotina vai consumindo todo o resto, todas as lembranças ainda existem, mas o tempo entre elas aumenda gradativamente, ocupam muito espaço perto das coisas pequenas... foram essas coisas pequenas que infiltraram em seu corpo e venderam algum desejo de não se render, e que foram se enferrujando aos poucos enquanto eram esquecidos aos montes em cantos que já não faziam tanta diferença...